sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Jubileu


Arquidiocese de Goiânia celebra os 50 anos da morte de Padre Pelágio. Leia a seguir a matéria especial realizada e publicada no O Popular desta quarta-feira.

Desde sexta-feira da semana passada, os 50 anos da morte de padre Pelágio Sauter, considerado o Apóstolo de Goiás, são lembrados pela Arquidiocese de Goiânia e pelos Missionários Redentoristas, ordem religiosa a que pertencia. Na Igreja Santíssimo Redentor, em Trindade, mais conhecida como Igreja do Padre Pelágio, uma novena, seguida de quermese, que começou no dia 18, prossegue até domingo, sempre às 19h30. No Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a Matriz de Campinas, será celebrada uma missa especial hoje às 19 horas, data em que se completa cinco décadas da morte do religioso, cujo processo de beatificação tramita no Vaticano há 14 anos.


O religioso, que nasceu na Alemanha, mas passou 47 dos seus 83 anos entre Goiânia e Trindade, pode se transformar no primeiro santo de Goiás. O processo de beatificação é analisado pela Sagrada Congregação das Causas dos Santos em Roma. "Ele está caminhando. Estamos agora aguardando o decreto de venerável, etapa que precede o anúncio da beatificação. Para a Igreja isso é o mais importante porque se trata da vida que a pessoa levou", explicou ao POPULAR, padre Clóvis Jesus Bovo, de 83 anos, vice-postulador-geral da causa de beatificação. O religioso redentorista, que reside em Goiânia, é autor do livro O Jeito do Padre Pelágio e responsável pelo endereço eletrônico www.boletimpadrepelágio.org com informações sobre o pro cesso de beatificação. Em Roma, o postulador da causa é o padre italiano Antônio Marrazzo.

Os dois processos iniciais reúnem mil páginas. Das três etapas previstas, duas já foram cumpridas. Na primeira, cerca de cem testemunhas foram ouvidas pelo Tribunal Eclesiástico de Goiânia. Na segunda, na mesma instância, foi ouvido o depoimento de Maria Lúcia Miranda, considerada curada na adolescência de uma doença rara por intercessão de padre Pelágio. A última fase diz respeito à canonização, mas para ter continuidade, depende da assinatura de beatificação.

Cerca de 200 casos de cura que teriam ocorridos após a morte do religioso em 1961 foram citadas no processo. Entretanto, o fato mais conhecido e considerado o mais relevante, se deu quando padre Pelágio era vivo e atuava em Trindade. Quando tinha 15 anos, a trindadense Maria Lúcia Miranda, atualmente com 53 anos, foi acometida de uma doença rara, considerada incurável, a esclerodermia sistêmica, que causa desidratação e atrofiamento da pele. As orações feitas por sua mãe ao padre Pelágio foram apontadas como responsáveis pela cura de Maria Lúcia.

Desde que o processo de beatificação de padre Pelágio entrou no Vaticano, várias exigências foram cumpridas em Goiás pelos religiosos redentoristas. Uma delas foi a remoção de seus restos mortais para reconhecimento canônico, e a outra a construção de um templo em sua homenagem. A Igreja Santíssimo Redentor, chamada pelos fiéis de Igreja do Padre Pelágio, foi erguida em Trindade, onde o religioso passou a maior parte de sua vida como missionário redentorista. O templo acolhe desde 2004 os restos mortais de padre Pelágio.

O religioso morreu há 50 anos, aos 83 anos, na antiga Santa Casa de Misericórdia, em Goiânia, e foi sepultado no Cemitério Santana. Em setembro de 1993 seus restos mortais foram transferidos para a Matriz de Campinas. Ao lado do seu jazigo na Matriz de Campinas, um grupo de fiéis iniciou há 13 anos a oração de um terço, todas as segundas-feiras, às 18 horas, ato de fé que permanece ainda hoje, sete anos depois que seus ossos foram levados para Trindade. No Cemitério Santana, seu antigo túmulo também continua sendo muito visitado.

Há cerca de cinco meses, o religioso responsável pela obra de construção da Igreja do Padre Pelágio, padre Antônio Borges de Souza, morreu depois de sofrer um traumatismo craniano. Muito idoso, ele caiu na escadaria da igreja e bateu a cabeça. Desde então, a reitoria está a cargo do padre Wenderson Silva Fernandes, à frente das celebrações para lembrar os 50 anos da morte de padre Pelágio. Em Campinas, de acordo com o pároco Walmir Garcia dos Santos, a movimentação pela beatificação do religioso continua sempre às terças-feiras e aos domingos.

Na fé popular goiana, a figura que mais se destaca é a de padre Pelágio Sauter. A partir dos inúmeros relatos de pessoas que garantem ter sido curadas por sua intercessão, ele ganhou fama de santo. Em Trindade, onde foi um missionário atuante e popular, com um intenso trabalho na romaria ao Divino Pai Eterno, ganhou um monumento três anos após a sua morte, que pode ser visto na entrada da cidade, próximo à GO-060. Em 2008, a cineasta goiana Débora Torres lançou o documentário O Servo de Deus - Padre Pelágio.

Desde que o processo de beatificação foi aberto, em 1997, a Congregação Redentorista abriu uma conta no Banco do Brasil para custear as despesas do processo em Roma. Para contribuir, a agência é 3659-5 e a conta corrente, 6619-2. Segundo padre Clóvis Bovo, o dinheiro da conta também ajuda na manutenção da igreja dedicada a padre Pelágio, em Trindade.
Fonte: O Popular

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